sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Magnésio na Química da Vida

          A Química Inorgânica, segundo Airoldi (1994, p.175), numa dedução simplória, é o estudo da tabela periódica, excluindo o Carbono, ou seja, ela possui um amplo campo de estudo. Desta forma um dos papeis fundamentais dessa ciência é no controle de metabolismos dos mamíferos. Nessas atividades destacam-se vinte e cinco elementos (hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio, flúor, sódio, magnésio, silício, fósforo, enxofre, cloro, potássios, cálcio, vanádio, cromo, manganês, ferro, cobalto, níquel, cobre, zinco, selênio, molibdênio, estanho, e iodo) que possuem uma grande responsabilidade na existência humana.
          Dentre tantos elementos, focaremos em um, que nos últimos tempos, vem ganhando um destaque fundamental em estudos importantes na cura de algumas doenças; o magnésio (Mg). Segundo Hendler (1994, p.235) ele é essencial à vida, pois é necessário para os principais processos biológicos, inclusive o metabolismo da glicose, a produção de energia celular e síntese de ácidos nucléicos e proteínas. Descoberto em 1755 por Joseph Black, o magnésio é o sétimo elemento mais abundante na crosta terrestre e o terceiro mais abundante no mar. Tal elemento tem se mostrado de grande valia para a medicina.
          Estudos feitos com esse metal alcalino terroso de número atômico (Z) 12, comprovam sua eficiência no funcionamento do coração. O doutor Nayler (1967 apud RODALE; TAUB, 1982, p.28) relata que a actina necessita absorver e liberar cálcio. Se não puder realizar ambas as funções, o coração se contrairá e permanecera contraído. Para que o coração se contraia e relaxe alternativamente requer-se um trabalho muito ativo. E o Magnésio parece ser a chave essencial que regula a pulsação do coração.
          Até pouco tempo atrás ele era um mineral pouco conhecido, sabia que era essencial, mas não se sabia qual era seu real papel dentro do sistema. No jornal da Associação Medica Americana em 1965 o doutor Seller (1967 apud RODALE; TAUB, 1982, p.29) informou que o sal cloreto de magnésio (MgCl2), o qual possui uma energia reticular de – 2524 kj.mol-1, induzia ao relaxamento dos músculos do coração e portanto havia resultado efetivo para o tratamento da pressão alta. O doutor Shimamoto (1967 apud RODALE; TAUB, 1982, p.29) constatou também que o uso desses sais reduzia os “inchaços” das artérias e conseguia a sua construção.
          Spitzner (1999, p.77) afirma que alguns outros estudos estimam que 50% dos pacientes com insuficiência cardíaca sejam por deficiência de magnésio. Afirma ainda que o magnésio ativa a enzima sódio-potassio-adenosina trifosfatase; ele é o ativador para o ATP se converter em ADP. Estima também que os americanos consumam cerca de 200 mg a menos de Magnésio por dia do que o necessário. Evidencio que o íon de magnésio e de cálcio é fundamental na estabilidade celular, com baixo teor de magnésio, o cálcio aumenta no interior da célula causando vasoconstrição e podendo promover também as arritmias.
          Se levarmos em conta que dos vinte e cinco elementos inorgânicos essenciais a vida, apenas um foi mencionado em um de seus papeis fundamentais para a existência humana podemos tentar dimensionar a importância dessa vasta ciência no papel vital do nosso planeta. E com a ajuda desses ilustres pesquisadores em busca de soluções e respostas para uma vida cada vez mais saudável iremos descobrindo a cada dia mais propriedades surpreendentes dos elementos em nossos organismos bem como no planeta como um todo.
REFERÊNCIAS
AIROLDI, C. Química inorgânica ou química da vida? Química Nova, Campinas: UNICAMP, v.17, p. 175-176, 1994.
HENDLER S. S. A Enciclopédia de Vitaminas e Minerais. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
RODALE, J. I. ; TAUB, H. J. El magnesio, elemento nutritivo que puede cambiar su vida, Madrid: Edaf, 1982.
SPITZNER, R. O magnésio na saúde. 2. Ed. Curitiba: Champagnat, 1999.

Texto enviado pelos alunos Filipe A. da Silva, Suseli N. Machado e Vanessa O. Q. Crosatti, do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal Catarinense, câmpus Araquari.




6 comentários:

Juninho disse...

A contração muscular depende do influxo de íons de sódio e cálcio, e a geração de um potencial de membrana dessa forma o íon magnésio não desempenha papel importante no mecanismo de contração muscular segundo Guyton disponível em:

http://fisiologiamedica.web44.net/guyton.htm

especificamente: pagina 60.

http://fisiologiamedica.web44.net/guyton_br/1_FM_cap01a13/index1.htm

Comentar sobre os níveis de magnésio no sangue a sua relação com a fisiopatologia de alguma doença, provavelmente a deficiência desse micronutriente esta relacionado a algum quadro de desnutrição.

Chaiane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chaiane disse...

A utilização do magnésio no tratamento de doenças do coração é grande,assim como seus benefícios!
Gostaria de saber, se o magnésio é indicado e se existem estudos da utilização deste elemento no tratamento auxiliar de outras doenças, como o mal de Alzheimer, doenças ósseas, e etc.

Vanessa Crosatti disse...

Chaiane, existem estudos que apontam benefícios do Magnésio em doençãs osseas,auxiliando na absorção do cálcio. Porém seu uso prolongado e descontrolado pode causar o mal de Alzheimer segundo o texto de referência. Também auxilia o funcionamento do Intestino.

Filipe disse...

Chaiane estudos afirmam que o magnésio costuma estar abaixo do normal nos neurônios dos pacientes com mal de Alzheimer. Alguns pesquisadores acreditam que esse déficit é parcialmente responsável por um dos sinais mais comuns do mal de Alzheimer - o acúmulo de cálcio nos neurônios. Pois o magnésio é a "contrapartida" do cálcio, e esses dois minerais, normalmente, mantêm o equilíbrio um com o outro,desta forma se existe muito cálcio no corpo, isto resultará em uma grande redução na absorção de magnésio pelo organismo.

Fisiologia Médica disse...

Fiz um comentário para esse post que foi no outro artigo sobre quimoterápicos.